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Entroncamento acolhe exposição fotográfica English Electric 1400

CP1400As cinco décadas de locomotivas diesel English Electric 1400 em Portugal vão ser tema de exposição fotográfica na Galeria Municipal do Entroncamento.

A mostra arranca a 6 de Julho e estará patente no equipamento gerido pela Câmara durante duas semanas.

Contacto da Associação de Amigos do Museu Nacional Ferroviário (AMT), uma das três associações que promove a homenagem à série com a cedência de imagens, confirma a iniciativa e refere que o período poderá ser prolongado.

Em território nacional as locomotivas entraram ao serviço entre 1967 e 1969.

As primeira 10 unidades foram construídas em Inglaterra. A montagem das restantes  aconteceu em território nacional,  sob licença, na extinta Sorefame.

Ao contrário do que seria de esperar, a homenagem à série não se realiza no Museu Nacional Ferroviário. O espaço de exposições temporárias encontrar-se vazio, e segundo foi possível apurar sem agenda próxima.

Algo que seria natural o Museu fazer ou apoiar, mas não é o que acontece, sendo as cinco décadas do material festejadas na Galeria Municipal do Entroncamento.

O desafio da exposição partiu do grupo de trabalho que junta as quatro associações de mote ferroviário portuguesas.

A AVAFER propôs ao grupo. As associações AMF e CEC aceitaram, a APAC optou por ficar de fora.

A exposição inaugura no dia 06 de Julho de 2019 às 17h00. Pode ser visitada de terça a domingo das 15h00 às 19h00 até 18 de Junho.

O MNF

Mas se a ligação do MNF com as associações, fora a APAC, se resume à obrigação de estas estarem presentes no Conselho Consultivo da Fundação, esse facto não esmorece a posição do Museu face à ferrovia enquanto história.

Desde logo importa saber, se é opção do Museu é não apoiar eventos da sua área, como se justifica esse opção.

A questão seguiu para o MNF via email, mas sem que até ao momento se conseguisse apurar o argumento da entidade para se colocar à margem, pois não houve resposta.

Até porque quem olha para os relatórios e contas da FMNF constata que o número de evento de temática ferroviária tem vindo a diminuir.

Depois saber porque efemérides ferroviárias não são usadas para rentabilizar o programa de actividades core do Museu. Apresentada a questão à entidade, até ao momento também não foi possível obter resposta.

As interrogações ganham força e relevo quando se olha para o passado recente e se recupera os sessenta anos da electrificação  da linha do norte até ao Entroncamento.

Extensão da Electrificação da linha do Norte até ao Entroncamento

A omissão do Museu às exposições dedicadas à ferrovia, como esta às English Electric no Entroncamento, não é original e abre um limbo de dúvidas sobre para que servirá um Museu ferroviário se só serve para ter portas abertas.

A situação torna-se ainda mais caricata quando se olha para a ultima exposição ferroviária que teve lugar na Galeria Municipal.

A imagem que fica é a de um Museu de costas voltadas para as memórias da sua cidade, quando a cidade ferroviária evocou as seis décadas da electrificação da via que lhe deu identidade e viajou sessenta anos no tempo com a exposição.

O Museu, neste cenário, não só não cedeu espaço, tendo salas disponíveis para se evocar a data dentro de portas, como ignorou o evento de lançamento, não se fazendo representar.

O motivo do alheamento, no caso da electrificação, há quem associa o comportamento do Museu ao abate, para sucata, da peça de museu UTE 2001.

A prestação da equipa museológica, ao colocar a automotora para abate, foi alvo de criticada cerrada pela comunidade. Sendo essa opção, apontada ao Museu, tida como motivo da reserva para não provocar animosidade.

Não deixa de ser pertinente, neste assunto, ver o vazio do termo e dimensão do tema SOREFAME no Museu Nacional Ferroviário.

Já sobre a exposição fotográfica que recupera os 50 anos da série English Electric 1400 em Portugal, uma vez que não apoia, seria interessante ver se marca presença na inauguração da exposição.