António Ramalho lidera ocaso da REFER
De acordo com despacho governamental, que a agência Lusa teve acesso, o actual presidente da Estradas de Portugal (EP) e antigo presidente da CP Comboios de Portugal, António Ramalho, foi a figura escolhida para liderar a formação da futura empresa pública com a responsabilidade pelas estradas e infraestrutura ferroviária, resultante da fusão da Rede Ferroviária Nacional – REFER e Estradas de Portugal. A intenção, que já vinha sendo avançada desde o inicio do mês, vem agora confirma-se com o despacho da Tutela, avançado pela Lusa.
Para já ficou confirmado o inicio do processo que vai levar à fusão da REFER e EP, na empresa Infraestruturas de Portugal. Neste quadro António Ramalho assume a liderança da comissão de planeamento. Estrutura que terá como missão desenhar a modalidade jurídica da fusão, mais o modelo de governo da futura empresa e respectivos estatutos, bem como definir o plano estratégico para estradas e ferrovia no triénio 2015-2017.
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Em declarações à webrails.tv a propósito da abertura do processo de fusão, o antigo Presidente da ADFERSIT, Joaquim Polido, referiu que o despacho que criou a comissão de planeamento ainda não fechou o processo, mas considerou que será um erro “juntar áreas e infraestruturas que não têm relações concretas entre si, como é o caso da ferrovia e da rodovia.” Para Joaquim Polido a capacidade e dimensão crítica no sector alcançam-se na convergência da infraestrutura com operação, ” Alemanha, que é o paradigma para muita gente na área da ferroviária, nunca fez a separação efectiva entre as infraestruturas e operação com a DB. A França já está a juntar a parte da operação com a infraestrutura, e a Espanha está a querer juntar a antiga RENFE com a ADIF, tudo na mesma empresa. Ora todo este processo é um processo que visa juntar novamente todas as componentes ferroviárias, porque é isso que dá dimensão crítica e capacidade.”, disse.
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A comissão de planeamento conta ainda com José Ribeiro dos Santos e Alberto Diogo, ambos administradores da Refer, e José Serrano Gordo e Vanda Nogueira, da EP, e ainda o economista José Carlos Osório. De fora da comissão fica o actual presidente da Refer, Rui Loureiro, avança a agência Lusa.
Entretanto a Infraestruturas de Portugal deverá assumir a gestão de 13.515 quilómetros de rodovia e 2.794 quilómetros de ferrovia. Sobre os postos de trabalho resultantes da fusão, António Ramalho já disse que “Ninguém poderá garantir a segurança dos postos de trabalho”, avançando que o processo de fusão vai ser “um desafio para 4.000 trabalhadores”. A indicação foi avançada na conferência de imprensa de apresentação dos resultados EP, onde a gestora de infraestrutura rodoviária apresentou os resultados do primeiro semestre, onde destacou um “lucro marginal de três milhões de euros”.
Rui Ribeiro